Os itens remuneração e os
benefícios deixaram de exercer um papel determinante para que um executivo
decida aceitar uma nova proposta de emprego. Claro que todos nós buscamos, no
mínimo, manter o padrão de vida conquistado, e, se possível, alcançar outro
patamar através de um salário mais robusto. Contudo, definitivamente, este não
é o fator mais importante para que um funcionário se sinta feliz e realizado no
trabalho.
Diversas teorias correlacionam
salário e felicidade, e especulam sobre a possibilidade do dinheiro estar
perdendo a importância numa tomada de decisão profissional, em detrimento de
conceitos mais complexos como propósito e realização. Hoje em dia os
empresários têm consciência da importância de “gerenciar a felicidade” de seus
funcionários. Numa pesquisa recente constatou-se que os CEOs ocupam 30% de seu
tempo com atração e retenção de talentos.
É evidente que um funcionário
motivado, que se sente reconhecido pelos superiores e consciente de estar
utilizando sua capacidade na plenitude, vai se sentir mais realizado e feliz.
Essa sensação fará com que ele tenha uma melhor produtividade, e é este
engajamento que os líderes buscam em seus funcionários.
Na prática parece simples, mas
como integrar equipes tão distintas em processos de fusão e aquisição, por
exemplo? Como combinar o melhor de uma cultura de empresa de dono, na qual a
figura do empreendedor é muito presente? Como motivar diferentes gerações
dentro de uma mesma organização e como identificar as motivações mais
relevantes para cada grupo de empregados?
Para os líderes, fica o desafio
de acertar nestas escolhas, garantindo que seus funcionários encontrem um significado
maior em suas funções e se sintam felizes e recompensados. Assim, haverá um
forte envolvimento emocional dos colaboradores com a empresa.
Lembro de um caso de um
profissional que gentilmente aceitou o convite para uma entrevista comigo, mas
que deixou claro desde o inicio que estava muito bem na sua empresa atual e que
não pretendia assumir outro desafio naquele momento. Contudo, no decorrer da
conversa, ao conhecer mais sobre a cultura, valores e estratégia de crescimento
do nosso cliente, ficou curioso e concordou em ter uma conversa informal com
ele.
O processo evoluiu lentamente e
foram necessárias oito entrevistas até o candidato se sentir plenamente
confortável para assumir este novo desafio. Hoje, depois de alguns anos nesta
nova organização, este profissional está feliz e convicto de ter tomado a
melhor decisão.
Em outra oportunidade o candidato
tinha duas boas ofertas nas mãos e decidiu aceitar a mais vantajosa do ponto de
vista financeiro. Embora muito empolgado com os desafios propostos pelo nosso
cliente, optou pela outra proposta. Hoje, depois de alguns meses nesta
organização, está disposto a reconsiderar e voltar atrás em sua decisão. Não
está se sentindo plenamente feliz e realizado e não está se adaptando a cultura
organização, apesar da remuneração bastante interessante. Embora a remuneração
tenha exercido um papel preponderante no momento do candidato aceitar a
proposta, ela não está sendo suficiente para retê-lo.
Como consultora, sei da minha
grande responsabilidade ao conduzir um recrutamento para uma grande empresa
cliente. Preciso conhecer muito bem a cultura e os valores desta empresa, para
minimizar uma possibilidade de erro e identificar os recursos mais adequados
àquela organização. Por outro lado, se pudesse dar um conselho aos executivos
que estão buscando uma nova colocação, diria para serem muito transparentes e
sinceros durante o processo seletivo.
Digo isso porque muitos
profissionais valorizam suas qualidades e não expõem suas fraquezas durante um
processo seletivo, acreditando que desta forma serão aprovados. Pelo contrário,
percebemos claramente que este profissional não está sendo sincero e que está
supervalorizando algumas competências.
Para dar um simples exemplo,
lembro de um caso em que o executivo mencionou suas realizações sempre na
primeira pessoa – Eu fiz, eu conduzi, eu realizei, etc, o que demonstra pouco
espírito de equipe ou pouca importância para a equipe.
Além do mais, quanto mais
profundamente conhecemos um candidato, maior a chance de recomendá-lo para projetos
realmente desafiadores e que tenham maiores chances de fazê-lo feliz no
ambiente corporativo.
Retirado de: http://revistavocerh.abril.com.br/materia/satisfacao-no-trabalho-questao-estrategica-para-as-organizacoes
Retirado de: http://revistavocerh.abril.com.br/materia/satisfacao-no-trabalho-questao-estrategica-para-as-organizacoes