sexta-feira, 24 de agosto de 2012

AS CINCO PRINCIPAIS RAZÕES PORQUE VOCÊ NÃO RECEBE RETORNO SOBRE UMA VAGA


As pessoas muitas vezes perguntam por que elas nunca recebem uma resposta depois de clicar 'enviar' no e-mail com currículo anexado ou depois de uma candidatura de emprego on-line. Se você tiver muita sorte, você pode conseguir uma troca de e-mail preliminar com um recrutador e, em seguida, nunca ouvi-lo novamente.
É uma experiência deprimente e que também lança uma sombra sobre a reputação da empresa contratante. Então por que isto acontece? É você, são eles ou é apenas algo que cada candidato deve se preparar para enfrentar em um processo de seleção?
Não há dúvida que os candidatos encaram uma tarefa difícil. Uma elevada taxa de desemprego nacional significa mais concorrência para cada cargo; de acordo com um artigo de Janeiro de 2012 no Wall Street Journal; "... atraiu 7,60 milhões de candidatos nos últimos 12 meses para cerca de 65.000 vagas de emprego de varejo..." (nos EUA).
A queixa de um recrutador é que 50 por cento das pessoas que se candidatam para um determinado trabalho simplesmente não estão qualificados. Para piorar, a maioria das grandes empresas – e muitas menores – usam softwares de gestão de talentos para avaliar os currículos, eliminando em até 50 por cento de candidatos antes mesmo de um ser humano olhar para o currículo ou carta de apresentação. As regras do jogo parecem estar contra o candidato a emprego. Então, como você pode vencer?
Estão aqui minhas cinco principais razões por que você não está recebendo retorno depois de se candidatar a um emprego, com cinco sugestões de como evitar o “buraco negro de currículo”.
Por que você nunca recebe um contato:
1. Você realmente não está qualificado para a vaga. Se uma descrição de trabalho especifica, por exmplo, um desenvolvedor de software com 3-5 anos de experiência e você é um graduado recente com um estágio, é improvável que você vai receber uma ligação. Evite decepções – não se candidate a empregos para os quais você não tem qualificações. A maioria das descrições de cargo  é escrita com requisitos muito específicos. Sim, a empresa está tentando encontrar o candidato mais qualificado. Sim, eles estão tentando eliminar pessoas. Não é pessoal. Eles tem um negócio.
2. Você não otimizou seu currículo ou canditura com palavras-chave. Descrições de cargo são salpicadas com palavras-chave específicas de habilidades ou atributos que a empresa busca nos candidatos. Uma leitura cuidadosa da descrição do cargo é uma necessidade, assim como é otimizar com palavras-chave seu currículo e carta de apresentação, se você estiver usando, ou e-mail. Se a descrição do cargo lista as palavras em uma determinada ordem, por exemplo, uma relação com linguagens de programação necessária, use a mesma ordem em seu currículo.
3. Seu currículo não está formatado corretamente. Você pode pensar que a formatação diferenciada de seu currículo irá definir o destino de seu currículo, mas programas automatizados não se importam se um documento é bonito. Ajude a máquina. Seja consistente na formatação - considere o uso de linhas separadas para empregos anteriores, título do trabalho, anos de experiência.
4. Seu currículo é substancialmente diferente do seu perfil online. LinkedIn, Dice e outros sites de perfil on-line podem ser ferramentas úteis para recrutadores, por isso é importante se certificar de que eles correspondem ao que está em seu currículo. Isso parece ser uma contradição – no item 1, aconselhei a otimização com palavras-chave – mas realmente é senso comum. Empregos anteriores, empregadores, anos de experiência e outros detalhes devem bater. A indicação aqui é escrever sempre a verdade.
5. A empresa recebeu 500 currículos para um anúncio de emprego e o seu foi o 499º. Procurar por emprego é um emprego. Faça sua pesquisa - saiba quais as empresas você deseja trabalhar, onde a cultura organizacional bate com a sua. Todas as manhãs vasculhe as ofertas de empregos e salte sobre qualquer coisa para a qual você esteja qualificado (e em que você estiver interessado). Enviar o currículo e candidatar-se logo que a vaga é aberta é importante. Verifique nos primeiros dias se o anúncio não mudou. Muitas vezes uma empresa posta uma vaga, mas logo em seguida muda sua descrição.
É difícil jogar este jogo. Sua melhor aposta é ainda uma referência pessoal e mesmo isto pode não ser suficiente para receber uma ligação. Um cara que eu conheço entregou seu currículo para uma amiga que trabalhava em uma empresa onde uma boa vaga tinha sido anunciada. Ele recebeu um e-mail informando que seu currículo tinha sido recebido, mas não teve mais algum outro contato. Depois de um mês ele pediu a sua amiga para verificar com o recrutador. Descobriu-se que a descrição da vaga tinha mudado, mas o recrutador não se preocupou em avisar o candidato ou a amiga que o tinha indicado. Isso não é incomum, infelizmente. Então o que você pode fazer?
Como você pode melhorar as chances de contato:
1. Pesquise empresas interessantes nas redes sociais. Saiba quem são os recrutadores e siga-os. Muitos postam novas vagas. Então observe suas tendências e agarre qualquer coisa para a qual você esteja qualificado. E se eles postarem uma notícia relevante sobre a empresa, faça algum comentário positivo.
2. Considere criar um blog em sua área de interesse ou experiência. Este é um mundo social. Tempo para construir uma trilha de migalhas de pão levando até você. Inclua o blog e links para posts relevantes em seus e-mails para os recrutadores com quem você está em contato.
3. Obtenha ajuda profissional para seu currículo. Um especialista em currículo pode ajudá-lo a aumentar suas chances de conseguir uma entrevista. Se você não puder pagar por este serviço, recorra a artigos sobre o assunto disponíveis na internet.
4. Se possível, não espere até que você esteja sem trabalho para encontrar o seu próximo emprego. Sei que para muitas pessoas isso não é possível ou pode até pode ser considerado errado, mas suas chances de encontrar o próximo trabalho são melhores quando você ainda está empregado.
5. Network. É um velho conselho, mas ainda é verdade. Esteja visível e bem informado sobre as tendências do setor e novidades na sua área de atuação.
Encontrar um emprego é difícil, sem dúvida. Eu tenho conversado com recrutadores que dizem que eles só respondem à 30% dos candidatos. Então as chances são boas de você estar entre os 70% que não serão contatados. Não tome isso como pessoal - não é uma rejeição à você. É um reflexo dos tempos. Se você não receber nenhum contato, saiba que você não está sozinho.

O que é autoatrapalha?


Autoatrapalha foi uma ideia que surgiu no meu outro blog, o Não Posso Evitar…, numa das minhas inúmeras críticas à autoajuda.

A autoajuda é uma doutrina que prega que o nosso destino está em nossas mãos, que o sucesso é uma questão de vontade, que a felicidade reside em você mesmo.

Não discuto nada disso, porque realmente acredito que somos os atores principais de nossas histórias individuais. Enquanto enredo, a autoajuda está perfeita. O problema, meus caros, está nos atores. Em mim e em você.

Quase tudo o que se escreve sobre autoajuda apoia-se na seguinte falácia: você é brilhante e, para ser um sucesso, só falta querer! Isto é:



A autoajuda passa, então, a bater incansavelmente na segunda tecla: você só precisa querer ser um sucesso e todos os seus problemas estarão resolvidos. Como eu disse que não discuto esta parte, até acho que as pessoas devem ler UM livro de autoajuda, para anabolizar sua vontade de querer ser um sucesso.

O passo seguinte, então, é todo mundo virar um sucesso, certo? Eu, você e todo mundo que leu um livro de autoajuda. Mas peraí, nem todo mundo é um sucesso… Então deve ter alguma coisa errada com a equação acima.

Se a segunda premissa é verdadeira (afinal, quem não quer ser um sucesso depois de ler um livro de autoajuda?) e o resultado esperado não aconteceu, então deve ter alguma coisa errada com a primeira premissa.

Exatamente! O problema está aí! Você não é um gênio (e eu também não!)…

Há algumas razões para isso, assim como há, também, muita esperança e ninguém precisa desanimar!

Em primeiro lugar não há motivos para ficar triste agora. Eu também não sou um gênio, porque também quero ser um sucesso, mas não sou. Logo, você tem ao menos a minha companhia.

Depois de ler o seu primeiro livro de autoajuda – e não se transformar num sucesso da noite para o dia – você descobriu duas coisas:

1. Você não é brilhante;
2. Você precisa querer ser um sucesso – e isso você já quer!

Então, a única coisa que você precisa consertar é a primeira. Você precisa ser brilhante e, para isso, só existe uma maneira: RALAR, ESTUDAR!

O grande problema disso é que ninguém quer ralar nem estudar. Todos querem o menor esforço. Querem ser brilhantes – e, consequentemente, um sucesso – sem nenhum trabalho. E os picaretas que escrevem livros de autoajuda prometem exatamente isso: você vai tornar-se um sucesso instantaneamente, sem esforço algum.

Claro, porque querer ser um sucesso não dá trabalho nenhum e é, aliás, uma tendência natural do ser humano. Praticamente uma obrigação.

Aí, o sujeito nada brilhante que lê esse livro prefere acreditar somente na parte que diz que ele vai ser um sucesso sem fazer nada, do que na que diz que ele vai ter que estudar muito e que isso vai dar um trabalho danado – até porque os autores do gênero se esquecem, convenientemente, de contar esta parte.

Pois pode esquecer, porque isto não vai acontecer. Você não vai virar um sucesso só pelo fato de querer ser um. Lamento, mas este é o necessário choque de realidade de que você precisa para sair deste feitiço chamado autoajuda. Você pode ler dezenas de livros contando o mesmo final feliz, mas tenha certeza de que as histórias reais narram exceções a uma regra na qual você se encaixa.

Espero que você não encare o autoatrapalha como uma ideia negativa, derrotista, pessimista. É apenas um alerta para que você entenda o quão distante você está dos seus sonhos – e o que você precisa fazer para realmente alcançá-los.

Pois a tão celebrada autoajuda dos livros e blogs adormece suas ambições, travestindo-as de falsa esperança. Ela te embala com a promessa de um maravilhoso sonho, enquanto você vive uma dura realidade, bem diferente daquela pintada em letras douradas na conta-corrente do autor que te engana. A grande falácia da autoajuda nada mais é, portanto, do que uma grotesca lorota de autoatrapalha.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

9 passos para ter mais resiliência no trabalho

Uma pesquisa mostra que a resiliência é a principal competência da primeira metade do século 21. Conheça os caminhos para desenvolvê-la

















"A resiliência é um fator crítico para enfrentar os desafios desta primeira metade do século", diz Paulo Yazigi Sabbag

São Paulo - Conceito emprestado pela física à psicologia do trabalho, a resiliência é a capacidade de resistir às adversidades e reagir diante de uma nova situação. Um profissional pode precisar dela tanto para encarar a pressão e a competição do mercado quanto para atravessar momentos difíceis, como crises econômicas e acidentes.
"A resiliência é um fator crítico para enfrentar os desafios desta primeira metade do século", diz Paulo Yazigi Sabbag, professor da escola de Administração de empresas da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV) e idealizador da primeira escala nacional para avaliar o nível de resiliência de profissionais adultos.

Um estudo com 3 707 alunos do curso a distância de especialização em administração da FGV, realizado pelo professor Paulo, mediu o nível de resiliência de cada um deles utilizando a escala, que relaciona nove fatores: autoeficácia, solução de problemas, temperança, empatia, proatividade, competência social, tenacidade, otimismo e flexibilidade mental. Cada um desses fatores ajuda de maneira diferente no enfrentamento de problemas e na tomada de decisões. No resultado final, 16% foram classificados com baixa resiliência, 44% foram considerados com moderada resiliência e 40% enquadraram-se em um grau elevado.

A boa notícia é que se trata de uma competência que pode ser aprendida. "muitos autores dizem que essa competência é assimilada no processo de educação familiar, mas eu acredito que pode ser desenvolvida em qualquer estágio da vida, principalmente quando a pessoa entra no mercado de trabalho", diz Paulo. Trocar de chefe, ter um projeto rejeitado e sofrer uma injustiça do colega são situações que testam os limites do profissional.

Algumas atividades artísticas também podem desenvolver aspectos da resiliência, como a competência social e a flexibilidade mental. A edP, controladora de geradoras e distribuidoras de energia elétrica em sete estados brasileiros, desenvolveu um programa que visa aumentar a experiência de vida dos funcionários. No curso, executivos e engenheiros do grupo podem escolher temas como fotografia, arquitetura e filosofia, por exemplo. a ampliação de repertório foi utilizada como estratégia para solucionar problemas de forma criativa e aproximar membros da equipe.
"O repertório cultural faz com que os gestores cresçam e mantenham a equipe caminhando e se desenvolvendo", diz elaine regina Ferreira, diretora de gestão do capital humano da edP, em São Paulo. Como a cultura, a prática de esportes ou de hobbies voltados para a ação e a aventura ajuda aqueles que precisam aprimorar a capacidade de agir em situações difíceis.
Maurício Catelli, de 44 anos, sóciodiretor da CaS tecnologia, empresa de desenvolvimento de soluções de engenharia de sistemas, automação e telemetria, pratica uma hora semanal de voos de acrobacia e três vezes por semana usa um simulador de uma cabine do modelo boeing 737.

"O hobby traz muita autoconfiança e poder de decisão", afirma Maurício. ele conta que a simulação o ajudou a desenvolver a concentração e a capacidade de planejar, o que o auxilia a tomar decisões profissionais que exigem presteza. Você não precisa ser bom em todos os aspectos da resiliência, mas certamente pode desenvolver alguns deles, de acordo com sua aptidão. Além de crescimento profissional, isso trará, de maneira geral, uma vida mais equilibrada.

Resiliência em nove passos

Conheça os nove fatores da escala da FGV para avaliar o nível de resiliência dos profissionais

1 Autoeficácia

O QUE É

Crença na própria capacidade de organizar e executar ações requeridas para produzir resultados desejados. Associada à autoconfiança, transforma-se em "combustível" para a proatividade e para a solução de problemas.

COMO ADQUIRIR

São necessários treinos específicos para perceber melhor as situações, tomar consciência de qual conceito faz de si mesmo e de qual é seu padrão habitual de atitudes. a psicoterapia pode ajudar muito nesse caso, assim como a realização de projetos de forma sistemática e planejada.

2 Competência Social

O QUE É

Capacidade de ir em busca de apoio externo em momentos de estresse. Engloba tanto a abertura para receber apoio quanto a busca proativa de ajuda.

COMO ADQUIRIR

Todo treinamento oferecido para desenvolver liderança, comportamento ético e melhoria de relações é válido. Pode-se praticar também a "escuta empática", que convida o outro a falar e oferecer maiores detalhes, adiando julgamentos críticos; e a "escuta ativa", um processo de indagação orientada. Envolver-se em projetos sociais ajuda a desenvolver a consciência moral.
O QUE É

Habilidade promotora tanto da competência social quanto da solução de problemas. significa colocar-se no lugar do outro, compreender a pessoa a partir do quadro de referência dela.

COMO ADQUIRIR

A leitura, sobretudo de livros de literatura e biografias, ajuda a pessoa a se imaginar no lugar do outro. nos filmes, observe a psicologia de personagens, a trama e o contexto. trabalhos sociais voluntários também desenvolvem esse aspecto.

4 Flexibilidade

O QUE É

Está relacionada à maior tolerância à ambiguidade e à maior criatividade. o pessimismo faz com que o indivíduo de baixa resiliência insista teimosamente em atitudes pouco efetivas. Já o resiliente, em oposição, é flexível. Pensa em opções, age e, se a ação não é efetiva, escolhe outra opção e persiste.

COMO ADQUIRIR

Pense de imediato em aulas de ioga ou dança de salão, por exemplo. "a flexibilidade do corpo se associa à da mente", diz paulo Sabbag, da FGv. No longo prazo, vá atrás de treinamentos de desenvolvimento de criatividade, que desbloqueiam e permitem "pensar fora da caixa".

5 Tenacidade

O QUE É

Trata-se da persistência e da capacidade de aguentar situações incômodas ou adversas.

COMO ADQUIRIR

Indivíduos com baixa tenacidade desistem facilmente. A prática esportiva ajuda, pois aprimora a disciplina e expõe os limites do corpo. É o indivíduo que regularmente faz uma hora de esteira porque sabe que é importante, e não porque gosta.

6 Solução de Problemas

O QUE É

Característica dos agentes de mudança, indivíduos preparados para diagnosticar problemas, planejar soluções e agir, sem perder o controle das emoções. Atitude que mobiliza para a ação.

COMO ADQUIRIR

Um bom conselho, para começar, é entreter-se com jogos de estratégia, aqueles que fazem pensar em soluções, como o xadrez. mas, para desenvolver plenamente esse fator, a melhor solução é mesmo a dedicação para colocar projetos de pé — pessoais ou profissionais.
O QUE É

Está associada a desafios, a conviver com incertezas e ambiguidades. Refere-se à propensão a agir e à busca de soluções novas. Reativos tendem a esperar pelos impactos de adversidades; proativos tomam iniciativas.

COMO ADQUIRIR

Uma solução é procurar um serviço de coaching. A orientação de profissionais mais experientes pode ensinar como ser ágil e dar respostas certas.

8 Temperança

O QUE É

Está associada ao controle da impulsividade e da raiva. Significa maior capacidade de regular emoções, mantendo a serenidade em situações difíceis.

COMO ADQUIRIR

Medidas paliativas, como ouvir uma música, se afastar um pouco e jogar água no rosto, são válidas. No longo prazo, meditação, condicionamento físico e psicoterapia para resolver problemas de autoestima.

9 Otimismo

O QUE É

Na escala de resiliência, o otimismo é uma competência resultante da união de três outras: a competência social, a proatividade e a autoeficácia.

COMO ADQUIRIR

Todas as atividades recomendadas para competência social, proatividade e autoeficácia são úteis nesse caso. De resto, é ter uma atitude positiva diante da vida.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

6 promessas falsas de carreira

Mudanças de cenário ou situações enganosas podem frustrar seus planos de carreira. Veja como lidar com esses problemas no dia a dia.


São Paulo - Em maio do ano passado, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que uma indústria do ramo de energia terá de pagar 3.000 reais a um profissional por ter gerado expectativa de contratação. O candidato à vaga de emprego foi entrevistado, teve a carteira de trabalho retida pela companhia de energia, fez os exames admissionais, mas depois de todo o processo foi informado pelo RH de que não seria mais admitido.
Na decisão do TST, a culpa da empresa é presumida “porque o dano decorre da frustração injustificada da promessa de emprego”. “Casos de empresas que geram expectativas de contratação nos profissionais e depois os frustram são muito comuns”, diz Carlos Eduardo Altona, sócio-diretor da Exec, empresa de recrutamento de executivos, de São Paulo.

Entre as razões para isso estão o desespero para atrair pessoas, a desorganização da gestão e as medidas de contenção de custos. A origem do problema, porém, está no despreparo de quem faz a promessa e na falta de alinhamento do recrutador, o RH, com o alto escalão. “Em vez dos gestores abrirem perspectivas futuras como possibilidades, alguns são mal preparados e acabam fazendo promessas vazias”, diz Márcia Esteves, sócia da Ofycina RH, consultoria especializada em recrutamento e desenvolvimento de carreira. Confira a seguir alguns casos de promessas não cumpridas e as dicas de especialistas para não ser pego de surpresa.

1 A empresa oferece um salário na proposta de emprego e na hora de contratar declara que o valor é menor

Há duas situações possíveis: ou o gestor mentiu para atrair o profissional ou a estratégia da empresa mudou entre o dia da proposta e a data da contratação. Essas mudanças ocorrem principalmente em multinacionais que têm decisões tomadas longe do Brasil. Em ambos os casos, a decepção é grande. A melhor saída é manter a calma e tentar entrar num acordo.
“Uma alternativa é negociar o valor acertado no começo para alguns meses depois”, diz Rafael Souto, sócio da Produtive, empresa de recolocação profissional. Quando a pessoa percebe que houve um problema de conduta do gestor, a coisa é mais séria. “Se faltou ética da parte de quem está contratando, a saída é procurar outro lugar, porque a confiança ficará comprometida”, diz Márcia, da Ofycina RH.
2 O profissional recebe um convite de emprego e ouve uma contraproposta, que consiste em aumento ou promoção, que só ocorrerá depois de alguns meses. Só que o dia nunca chega.

Use todos os argumentos possíveis para tentar entender o porquê do aumento prometido ainda não ter sido dado. Mas seja hábil para não encurralar o chefe. “Procure-o sem aquele espírito de cobrança e aproveite para ressaltar que você vem trazendo bons resultados para a companhia”, diz Rafael, da Produtive. Sempre jogue aberto. Ficar insatisfeito não vai apenas atrapalhar o desempenho no dia a dia, como deixará a sensação no gestor de que ele fez um julgamento errado a seu respeito.

Antes de ter essa conversa com seu superior, descubra se algo não aconteceu no meio do caminho com a empresa. “Às vezes, os motivos não são formalizados pela companhia”, diz Ana Luiza Segall, da Assert Recrutamento, de São Paulo. O caminho é deixar muito bem claro que houve uma frustração e que a pessoa estava contando com aquilo.

3 Numa transferência de cidade ou de país, benefícios combinados, como aluguel da casa ou passagem para a família nas férias, deixam de existir

Muitos profissionais negociam transferências apenas verbalmente e esquecem de formalizar no papel a proposta. Erro crasso. Vem uma crise e os benefícios são cortados. Exigir reparação vale a pena? É preciso tentar entender a situação de maneira ponderada e negociar. “Com evidências do que foi acertado em mãos, nada mais justo do que tentar negociar e recusar o que for proposto”, defende Francisco Ramirez, headhunter e professor do Insper, em São Paulo.
4 O chefe prometeu promoção e mudou de emprego
Com a economia aquecida, as mudanças também afetam o alto escalão. Muitos diretores e vice-presidentes vêm recebendo propostas tentadoras para sair. Às vezes, o que havia sido combinado verbalmente vai por água abaixo quando o chefe muda. “Procure formalizar esses planos com o chefe do chefe ou com o RH”, diz Carlos Eduardo, sócio- diretor da Exec.

Se a conversa ficar restrita entre chefe e subordinado, as chances da promoção se concretizarem são quase ínfimas. “Peça ao gestor para repetir as avaliações de desempenho para reforçar o combinado, ou deixar mais alguém a par do assunto”, diz Carlos Eduardo. Assim, o plano de promoção fica claro e é de conhecimento púbico.

5 O chefe prometeu promoção e trocou de área

Nesse caso, existe ainda o fato positivo de que o chefe permanece na companhia e pode deixar a questão para o sucessor. E se isso não acontecer? “Tente ter uma conversa transparente com o novo chefe, até para mostrar seu interesse em crescer”, diz Ana Luiza, da Assert. “Mas é preciso lembrar que isso não é garantia de que a promoção virá, porque ele precisará avaliar o desempenho do profissional que ainda desconhece”, diz a consultora.

6 A promoção demorou e a empresa mudou de opinião e escolheu outra pessoa

Esse é mais um caso envolvendo promoções programadas que demoram a ocorrer. O profissional fez tudo certo: conquistou a promoção, validou com o chefe e recebeu o aval da empresa. Está tudo registrado, mas o desempenho do profissional após o acordo mina seu crescimento.
O paulistano Lucio Barbieri, de 42 anos, supervisor de vendas e gerente de marketing do Komet Group, que atua no segmento de óleo e gás, foi preterido num processo sucessório ao ter recebido uma definição formal tanto do gestor quanto da firma.
“Disseram que meu colega estava mais bem preparado”, diz Lucio. Ou seja, a promoção foi lenta e a empresa mudou de opinião no meio do caminho. Em casos assim é preciso não descuidar do desempenho sem relaxar e manter o assunto quente na cabeça do chefe. “Não deixe o assunto morrer”, diz Ana Luiza, da Assert.

Moral da história 

Deixe tudo, ao máximo, formalizado e fuja dos prazos indefinidos. Trate os acordos para contratação, aumento ou promoção como um produto perecível. No começo, eles precisam ser cuidados. Depois precisam ser consumidos rapidamente, antes que estraguem. Quanto mais a combinação demora a ser cumprida, maiores as chances de ela não passar de uma mera promessa.

Quando a promessa vira prejuízo moral 

Empresas são menos organizadas do que parecem. As estratégias e as pessoas mudam. O que não está definido e aprovado pode se perder nos corredores. Em processos de contratação, promessas ilusórias começam a virar questão para a Justiça do Trabalho. 
Quando o candidato se sente prejudicado por ter sido privado de sua fonte de sustento, ou porque parou de procurar emprego ou porque pediu demissão crente de ter conquistado uma nova vaga, a Justiça reconhece ações movidas pelos profissionais.

O advogado João Paulo Sérgio, professor da Escola de Direito da FGV, aconselha ao profissional que quiser exigir reparação da empresa se munir de provas. O que vale é o que está registrado por escrito. Promessas verbais só têm valor se houver testemunhas da conversa, algo que quase nunca acontece.

Quem procura emprego deve ficar atento ao acordo pré-contratual, em que as empresas comunicam salários, benefícios e cargas horárias ao candidato escolhido. De acordo com João Paulo, ao formalizar o contrato, o empregador pode modificar o combinado, o que pode resultar numa diminuição no valor do salário ou na alocação em cargo diferente do anunciado.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Salário ou satisfação profissional?


Podemos observar que muitos profissionais bem sucedidos em suas carreiras fazem exatamente o que mais gostam e, como resultado, acabam sendo muito bem remunerados

Uma grande dificuldade para se obter sucesso profissional está justamente em saber "o que se quer ser quando crescer". Uma minoria de pessoas consegue ter a clareza de qual profissão deseja desempenhar no futuro, principalmente no momento de ingressar em uma universidade.

Normalmente, nos deparamos com algumas situações bem conhecidas por muitos, como a forte pressão dos pais pela escolha da profissão que mais os agrada, falta de clareza sobre qual carreira escolher ou a opção por um curso que caiba no orçamento - mesmo que não seja o curso ideal.

A exigência do mercado de trabalho e, psicologicamente, da sociedade, por uma formação de nível superior, faz com que muitas pessoas escolham um curso sem terem a certeza do que querem, e no meio do caminho desistem, ou ainda concluem o curso e não exercem a profissão.

Iniciamos nossas experiências profissionais buscando a felicidade, mas a necessidade financeira para suprir os desejos que a juventude exige acaba abrindo caminhos que dificultam. A verdade é que muitos jovens, pela falta de clareza e experiência, não sabem o que querem fazer e em que trabalhar para se considerarem felizes profissionalmente.


Geralmente optamos por algum curso de nível superior sem muita certeza da nossa escolha e experimentamos vários tipos de trabalhos e funções na busca pelo dinheiro. Afinal, logo de cara nossa busca pela felicidade acaba sendo deixada para segundo plano quando damos a prioridade para a questão financeira. No momento em que trabalhamos exclusivamente por melhores salários e melhores cargos, a satisfação pessoal e profissional ficam distantes de serem alcançadas.

Muitas pesquisas apontam que profissionais de cargos elevados em grandes organizações e com salários altíssimos largam tudo na busca pela satisfação por fazerem algo que realmente gostam e acreditam. Muitos reiniciam suas vidas profissionais e conseguem reequilibrar suas carreiras, onde conseguem dar prioridade para o prazer pelo que fazem e em pouco tempo conseguem ter como consequência um excelente retorno financeiro.

Aquele velho ditado que diz "nunca é tarde para recomeçar" é muitas vezes praticado por profissionais que conseguem aproveitar os programas de desenvolvimento oferecidos pelas organizações que investem em seus profissionais, sendo que o autoconhecimento proporcionado permite que muitos possam conquistar um novo significado para suas carreiras e consigam melhores resultados dentro da própria organização. Em alguns casos, os profissionais acabam mudando de área, pois a felicidade não é vislumbrada dentro da mesma organização. O mais importante é não desistir da busca pela felicidade.

Por conhecer diversos exemplos de casos reais, acredito que a forma mais sustentável de manter a equação salário x satisfação equilibrada é não focar única e exclusivamente no dinheiro, pois este deve vir como resultado do trabalho que é feito quando se gosta, com prazer e significado especial para quem o faz. É importante ser honesto consigo mesmo na busca pela felicidade profissional e que possamos mudar nossos rumos a qualquer época de nossas vidas, afinal: nunca é tarde para recomeçar!